sábado, 25 de abril de 2009

[ URB 03]
- da mobilidade à acessibilidade -
- uma proposta de apropriação na região do porto de vitória -

Os centros das cidades têm sido identificados como o lugar mais dinâmico da vida urbana, animado pelo fluxo de pessoas, veículos e mercadorias decorrentes da marcante presença de atividades que incluem o comércio e serviços, transformando-se no referencial simbólico das cidades. Também historicamente eleitos pela localização de diversas instituições públicas e religiosas, os centros têm a sua centralidade fortalecida pela somatória de todas essas atividades e o seu significado, por vezes extrapola os limites da própria cidade.


Observa-se que no decorrer da história, que os centros das cidades têm recebido diversas adjetivações: centro histórico, centro de negócios, centro tradicional, centro de mercado, centro principal ou simplesmente, centro.


A noção de centro urbano, como ponto para onde convergem os trajetos ou as ações particulares que facilitam o encontro, o descanso e o abastecimento, definindo-o, historicamente, como lugar das trocas comerciais.


A definição de Centro, portanto, implica a presença de uma cidade de diversidade étnica, portadora de processos históricos conflituosos. Intervir nos centros urbanos pressupõe avaliar sua herança histórica e patrimonial, seu caráter funcional e sua posição em relativa na estrutura urbana, mas, principalmente, precisar o porquê de se fazer necessária à intervenção.


Este ensaio projetual visa demarcar a extensão ou os limites de um conjunto de ações para a Região Central de Vitória. Seja resgatando qualidades ambientais no seu núcleo histórico; propondo novas áreas de apropriação; atrair investimentos destinados a uma nova qualificação ao Centro.


Essas intercessões buscam a transformação de um espaço urbano histórico e consolidado; recuperação do patrimônio histórico construído; potencialização da paisagem natural; transferência da atividade portuária; incentivo de ocupação dá região com moradias, serviços e comércio principalmente os destinados à cultura, turismo e lazer.

- planos setoriais -

- reabilitação urbana -

A imagem de deterioração/degradação e seus efeitos afetam os diferentes atores envolvidos de forma distinta, de acordo com os respectivos interesses e segundo a conjuntura local, cada vez mais internacionalizada. As intervenções urbanas propostas e executadas de modo a conter esse processo têm apresentado diversos objetivos e estratégias, com resultados, algumas vezes, inesperados, surpreendestes ou mesmo distantes dos objetivos iniciais, induzindo à seguinte reflexão: Qual a importância da recuperação dos centros urbanos?

Recuperar o centro, nos dias atuais significa, entre outros aspectos, melhorar a imagem da cidade que, ao perpetuar a sua história cria um espírito de comunidade e pertencimento. Significa também promover a reutilização de seus edifícios e a conseqüente valorização do patrimônio construído; aperfeiçoar o uso da infra-estrutura estabelecida; dinamizar o comércio com o qual tem uma relação de origem; gerar novos empregos. Em suma, implementar ações em busca da atração de investimentos, moradores, de usuários e de turistas que dinamizem a economia urbana e contribuam par a melhoria da qualidade de vida, valorizando também a gestão urbana que executa a intervenção.


- acessibilidade -

Acessibilidade significa garantir a possibilidade do acesso, da aproximação, da utilização e do manuseio de qualquer objeto. Acessibilidade significa então a condição do indivíduo se movimentar, locomover e atingir um destino desejado, dentro de suas capacidades individuais, isto é, realizar qualquer movimentação ou deslocamento por seus próprios meios, com total autonomia e em condições seguras.


O acesso é fundamental para a apropriação e o uso de um espaço. Entrar em um lugar é condição inicial para poder usá-lo. Podem-se classificar três tipos de acesso ao espaço público? Físico, visual e simbólico.


O acesso físico refere-se à ausência de barreiras espaciais ou arquitetônicas (construção, plantas, água, etc.) para entrar e sair de um lugar. No caso do espaço público, devem-se considerar também a localização das aberturas, as condições das ruas e a qualidade dos trajetos.


Acesso visual, ou visibilidade, define a qualidade do primeiro contato, mesmo a distância, do usuário com o lugar. Perceber e identificar ameaças potenciais é um procedimento instintivo antes de alguém adentrar qualquer espaço.


Acesso simbólico ou social refere-se à presença de sinais, sutis ou ostensivos, que sugerem quem é e quem não é bem-vindo ao lugar.


Atividades comerciais podem estimular o uso do espaço público e aumentar a percepção do caráter aberto dos lugares. Freqüentar feiras de artesanato e antiguidades, comidas regionais e étnicas realizadas nos espaços públicos tornou-se uma atividade de lazer do fim de semana.


Mais do que forma, tamanho ou desenho, o sucesso do espaço público é determinado pelo acesso e pelas opções de lugares para sentar.



- mobilidade -

A Mobilidade corresponde à facilidade de deslocamento de pessoas e bens na área urbana. Face à mobilidade, os indivíduos podem ser pedestres, ciclistas, usuários de transportes coletivos ou motoristas; podem utilizar-se do seu esforço direto (deslocamento a pé) ou recorrer aos meios de transporte não-motorizados (bicicletas, carroças, cavalos) e motorizados (coletivos e individuais).


A mobilidade e um conceito transversal, com implicações no acesso a atividades tão diversas, como obras da via pública, à gestão urbanística, ao transito, aos transportes, ao ordenamentos do território ou à ação social e que tem de funcionar em rede.


- implantação geral -

- a macro-proposta -

A ligação entre o mar era a característica histórica da cidade, tendo constituído como lugar de moradia e de setores relacionados às atividades do porto e freqüentado por tripulantes dos navios que a ela chegavam. Daí o retrato de um lugar de convívio entre visitantes, estrangeiros, comerciantes, famílias e operários, contracenando com armazéns de estocagem, habitações, feiras, hotéis, praças e casas noturnas, definindo sua característica de lugar de encontro e de trocas, de partida e chegadas.


Está definido pela presença de morros verdes, com o casario centenários, cais do porto. As linhas de força que caracteriza a região estão definidos pelo imaginário que relacionam a Ilha do Príncipe, a Vila Rubim, o Palácio Anchieta, Parque Moscoso, o Cais do Porto, Av. Presidente Getúlio Vargas, Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, Av. Governador Bley, Av. Florentino Ávidos, R. General Osório. Os galpões e as atividades portuárias constituem um obstáculo, configurando uma linha rígida que aprisiona o ritmo e os fluxos circulatórios e que serão objeto de um tratamento mais apurado.


A vocação que está área apresenta é a de vir a se constituir em sede de importante centro de atividades econômicas, sócias, culturais e de serviço. Ao mesmo tempo verifica-se a presença de habitações e construções de valor arquitetônico tais como as igrejas, casario com seu labirinto de ruas e escadarias, entre outros. Também é possível recuperar para novas funções antigos edifícios, os trilhos, os armazéns para atividades comerciais e de lazer, caracterizando assim o que defendemos da praça central multifuncional.


- esquema proposto para o parque linerar -


Pelos motivos expostos, é de fundamental importância definir um corpo básico de princípios que permitam realizar as intervenções sem a perda do sentido do conjunto, o que inclui:

    • Revisão da lógica dominante no Centro, que outorga toda a prioridade ao automóvel;
    • Recuperação da permeabilidade ao mar;
    • Apropriação do Porto para todos os cidadãos;
    • Transformação da relação cidade-baía;
    • Estimulo à habitação no centro da cidade;


Assim, um plano para está área deve responder necessariamente às necessidades de usuários, moradores, trabalhadores, empresários, proprietários e visitantes, transformando-a num espaço para viver, trabalhar, e se divertir, expandido o conceito de desenvolvimento econômico, cultural e o lazer do capixaba.


- módulos de apoio -


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