segunda-feira, 2 de novembro de 2009

[ Toda intervenção na cidade é necessariamente plural. É urbanística, arquitetônica, política, cultural e artística. A particularidade (...) consiste em reconhecer essa complexidade, em que as ações não são vistas isoladamente – segundos regras próprias, como num museu – mas no interior desse campo mais amplo que é a cidade.

Como intervir num universo desprovido de sistema centralizador e unificador? Trata-se de lidar com o indeterminado, o que escapa, o que não tem medida. Toda intervenção na cidade existente deve levar em conta esse imponderável. Não se detém por completo o controle das ações realizadas.

Toda intervenção é necessariamente pontual, sem pretender abranger o todo. Aqui predomina o principio da ação/reação. Cada gesto provoca contínuas rearticulações, dando novas funções e sentidos para locais e serviços.

A intervenção é uma inscrição num fluxo mais amplo e complexo que é a dinâmica urbana. Implica em entender a cidade como algo em movimento. Não na forma de vetor progressivo, orientado, mas em várias direções.

Intervir: um gesto sobre o que já está em movimento. Como surfar ou entrar numa freqüência. É um paradigma (...) em que sempre se entra em movimento. ] (PEIXOTO, Nelson Brissac. Intervenções Urbanas: Arte/Cidade.São Paulo, Editora Senac, 2002)

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